sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Igreja perseguida
Cristã condenada à morte por blasfémia no Paquistão
Um tribunal paquistanês condenou à morte por blasfémia uma mulher cristã, o que acontece pela primeira vez e suscitou protestos de várias associações e do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, em Islamabad.
A sentença contra Asia Bibi, 45 anos, mãe de cinco filhos, foi divulgada na passada segunda-feira por um tribunal de Nankana, a cerca de 75 quilómetros de Lahore, capital cultural do país.
A República Islâmica do Paquistão nunca executou um condenado à morte por blasfémia e este caso põe em evidência as controversas leis sobre o assunto, denunciadas pelas associações de defesa dos direitos humanos.
O caso remonta a Junho de 2009, quando mulheres muçulmanas que trabalhavam com Asia Bibi foram ver um responsável religioso e acusaram a cristã de proferir blasfémias contra o profeta Maomé.
O responsável religioso apresentou o caso à polícia e esta abriu um inquérito. Asia Bibi foi detida e julgada de acordo com um artigo do código penal paquistanês que prevê a pena de morte para estes casos.
O juiz Naveed Iqbal condenou-a à morte por enforcamento, afastou por completo a possibilidade de ter sido acusada por maldade e decidiu que não havia qualquer circunstância atenuante, segundo a sentença a que a agência France Presse teve acesso.
Para que a execução tenha lugar tem de ser ainda aprovada pelo Supremo Tribunal de Lahore.
O marido de Asia Bibi, Ashiq Masih, 51 anos, disse que nada justifica esta condenação e que indicou que vai recorrer.
Segundo as associações de defesa dos direitos humanos, é a primeira vez que uma mulher é condenada à morte por blasfémia no Paquistão.
"A lei sobre blasfémia é totalmente obscena e deve ser revogada. É utilizada sobretudo contra os grupos mais vulneráveis, que são discriminados politicamente e socialmente, a começar pelas minorias religiosas e muçulmanos heterodoxos", considerou Ali Dayan Hasan, porta-voz da ONG Human Rights Watch.
Questionado sobre o assunto numa conferência de Imprensa em Islamabad, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Franco Frattini, disse que levantou a questão nas negociações com o seu homólogo paquistanês, Shah Mehmood Qureshi.
"A Itália sempre foi contra a pena de morte. A lei sobre blasfémia não deve ser instrumentalizada para discriminar as minorias religiosas", acrescentou Frattini.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1708557
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Christian condemned to death for blasphemy in Pakistan
A Pakistani court has sentenced to death for blasphemy a Christian woman, what happens the first time and prompted protests from various associations and the Italian Minister of Foreign Affairs in Islamabad.
The sentence against Asia Bibi, 45, mother of five, was released on Monday evening by a court of Nankana Sahib, about 75 kilometers from Lahore, the cultural capital of the country.
The Islamic Republic of Pakistan has never executed a person sentenced to death for blasphemy and this case highlights the controversial laws on the subject, denounced by associations defending human rights.
The case dates back to June 2009, when Muslim women who worked with Asia Bibi went to see a religious leader and accused the Christian of uttering blasphemies against the Prophet Muhammad.
The religious leader presented the case to the police and this has opened an investigation. Asia Bibi was arrested and judged according to an article in the Pakistan Penal Code which provides for the death penalty for these cases.
Naveed Iqbal The judge sentenced her to death by hanging, completely rejected the possibility of being accused of malice and decided that there was any mitigating circumstance, the second sentence that the AFP had access.
For the execution takes place must still be approved by the Supreme Court of Lahore.
Asia Bibi's husband, Ashiq Masih, 51, said that nothing can justify this condemnation and said it would appeal.
According to the associations of human rights, is the first time a woman is sentenced to death for blasphemy in Pakistan.
"The law on blasphemy is completely obscene and should be repealed. It is mainly used against the most vulnerable groups who are discriminated against politically and socially, starting with the heterodox religious minorities and Muslims," Ali Dayan Hasan considered, a spokesman for the Human Rights Watch.
Asked about the issue at a press conference in Islamabad, the Foreign Minister of Italy, Franco Frattini, said he raised the issue in talks with his counterpart from Pakistan, Shah Mehmood Qureshi.
"Italy has always been against the death penalty. The law on blasphemy should not be manipulated to discriminate against religious minorities," said Frattini.
Source: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1708557
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